quinta-feira, 21 de abril de 2011

UM BANQUEIRO SERTANEJO DO SÉCULO XIX

No ano de 1846 foi feito o inventário de Mafalda Gomes de Freitas, esposa do Ten. Cel. Antonio Francisco de Oliveira. Moravam no Apodi e deixaram onze filhos. Um deles, Manoel Antonio de Oliveira, na época do falecimento de sua mãe era estudante do Curso Jurídico de Olinda. Uma filha, Maria Mafalda de Oliveira era casada com o Dr. Luis Gonzaga de Brito Guerra, com descendência estudada por Raimundo Soares de Brito.
 
Dos 20 inventários que estudei no meu livro Velhos Inventários do Oeste Potiguar, e disponibilizado no meu site, este é o mais rico. O casal possuía ouro, prata, gado e bens de raiz em abundância. Tinham partes de terra e benfeitorias distribuídas nas localidades Sombra Grande, Solidade,Salão, Gado Bravo, Caraúbas, Tabuleiro Redondo, Caratoga, Apanha Peixe, Abreu, Boqueirão e Fazenda Conceição. 

Possuiam, ainda, uma loja de tecidos e uma casa de tijolo na Vila de Apodi, na rua do Capitão Fernandes.

O que chama a atenção no inventário é a imensa lista de devedores do casal. O Ten. Cel. Antonio Francisco, riquíssimo, mantinha relações comerciais e financeiras com quase todos os habitantes da Várzea do Apodi e a relação dos devedores é quase um recenseamento das principais cabeças de famílias da região incluindo membros das famílias Fernandes Pimenta (seus aparentados), Fernandes Filgueira, Góis Nogueira, Carneiro, Morais, Rego Leite, Barbosa, Lopes de Oliveira e muitas mais.

O somatório das dívidas ativas (que deviam ao casal) perfazia quase metade do montante total do valor arrolado no inventário. Deviam ao casal nada menos que 234 pessoas: vaqueiros, escravos, padres, alferes e capitães. Toda a região pedia empréstimos ao Ten. Cel. 

Como exemplo da extensão geográfica de sua influência financeira, cito Domingos da Costa de Moraes, de São Sebastião; Ermenegildo Zacarias, de Martins; Francisco de Souza Cavalcanti, de Caraúbas; Manoel Joaquim, do Apanha Peixes; João Batista de Morais, do Sabe Muito; Cap. Manoel Martins Casado, de Brejo de Areia e muita gente do Logrador e do Pacó. Uns Alves de Oliveira, que também aparecem na extensa listagem, creio que sejam de Mossoró.

Em alguns casos mais de um membro da mesma família devia ao casal e eram diferenciados pelo grau de parentesco: filho de, afilhado de, mano de, etc. Alguns devedores são caracterizados de forma pitoresca como o velho, o velho João Velho, a velha Tereza do Ladrão e a velha Agostinha.

Com os seus 15.443$800 (Quinze contos,quatrocentos e quarenta e três mil e oitocentos réis), equivalentes hoje a  cerca de R$ 864.000 (salvo melhor cálculo), Antonio Francisco funcionava como um verdadeiro banco, financiando o desenvolvimento da região. Um padre precisava de reformar a igreja, um vaqueiro adquirir um sítio, um fazendeiro comprar animais, etc. recorriam então àquele senhor.

Só encontrei, até agora, em período anterior a esse, um paralelo com o Pe. Manuel Luis de França, pernambucano estabelecido em Baturité-CE, cujo inventário foi estudado pelo insigne Vinicius de Barros Leal, historiador e genealogista cearense, com ação semelhante naquela região. 
Somente muito tempo depois, em 02 de dezembro de 1918, o Banco do Brasil foi instalado em Mossoró tendo como seu primeiro Diretor-Gerente o Sr. Álvaro Feijó Ribeiro e o Sr. Virgílio Catanhedo Sobrinho como Contador-Guarda-Livros. A partir de então, começa a ação oficial no desenvolvimento regional.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

...HOMEM E MULHER OS CRIOU.


Embora existam espécies que se reproduzem assexuadamente (quando só há fêmeas), há vantagens na reprodução sexuada (quando há machos e fêmeas) pela maior variabilidade genética que traz aos descendentes. Essa vantagem foi “percebida” pela evolução e se espalhou. É por isso que a reprodução natural, nos seres humanos é fruto das estratégias de acasalamento de machos e fêmeas, cada um trazendo seu histórico genético para o namoro.
 
A antiguidade não sabia dessa coisa de ciência; mas não ficava calada, utilizava o mito para explicar essa e outras questões: Deus nos criou homem e mulher, e viu que era bom. 

Eis aí, então, a vida expressando-se nos humanos, por duas vias: homem e mulher. Duas visões de mundo determinadas biologicamente - anatomia é destino, diria Freud. Contudo, pela própria caracterização física destes diferentes, vê-se que estão destinados ao encontro. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à mulher, tornando-se os dois uma só carne, dirá o mito. Todo o desenvolvimento e amadurecimento sexual por que passamos, não tem outra razão senão nos preparar para esse momento. 

Mas esse encontro entre homem e mulher pode não acontecer, nem mesmo ao nível potencial do desejo. Isso quando um deles, pelas mais variadas razões, não consegue “enxergar” o outro e permanece preso ao seu próprio sexo, tornando anódino, todo aquele esforço evolutivo, toda a energia despendida na formação sexual do indivíduo. Nesse caso, mesmo que o afeto dirigido à outra pessoa, ao nível de percepção sensorial dos envolvidos, seja tido como satisfatório, permanece intragenérico, num relacionamento que por mais que defendido e aceito, não passa de monólogo infrutífero.

A satisfação individual, nesses casos, não necessita de justificação. Cada um é o que é. Não há necessidade de tentar esvaziar, como procuram fazer alguns, o conceito da bissexualidade humana, vinculando-o a uma visão recente, logo, histórica, relativizando o papel dos parceiros, conduzindo a uma discussão infindável que leva à redução de tudo isso à lingüística, como nas afirmativas lacanianas.

Tal tentativa morre aos pés daquela base biológica, produtora de filhos, cujo inicio, na historia da vida, de tão antiga é impossível datar. Assim, em torno dos pólos macho – fêmea,  é que se desenvolverão variantes, possibilitadas pela plasticidade mental da espécie, mas sempre tendo aqueles pólos como referencia básica. Seja o que for que o homem faça, ou fantasie, é-lhe tão impossível fugir aos limites de seu sexo biológico, quanto sair de sua pele.

Outros, sentindo o nonsense das razões anteriores, mergulham na inócua e desnecessária tentativa de utilizar os conceitos universais da filosofia chinesa de Yin e Yang, numa sutil justificação desses tipos de relacionamentos, argumentando que, mesmo aí, continua existindo a bipolaridade ativo – passivo, novamente ignorando a inelutável definição biológica, assumindo, dessa forma, a defesa de um arremedo daquela relação arquetípica. 

Essas pessoas, fadadas ao solilóquio, por não enxergarem o outro gênero, devem ser respeitadas no seu direito de monologar, embora biologicamente nascidas para o diálogo. Mas que não se formalizem direitos específicos. Ou tão exageradamente abrangentes a ponto de criminalizar qualquer tentativa de criticá-las ou entende-las, mesmo que a nível puramente comportamental ou filosófico. Direitos específicos só devem ser direcionados para aqueles que os merecem, mercê de uma patente deficiência ou enfraquecimento: cegos, aleijados, idosos, etc.

Há de se ter cuidado, na defesa desse direito, para que no exagerado esforço em busca de igualdade, não se invertam os valores, pondo os que estabelecem uma saudável conversação intergenérica, quase como inferiores. Estes, que ainda são maioria, seguem sendo os que em nosso mundo, cumprem a milenar ordem genética e mítica do verdadeiro encontro produtor de vida.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

HIPOCONDRIA

Tenho dois velhos amigos na Universidade, que disputam qual deles é mais hipocondríaco. A última vez que encontrei um deles, falei que poderia estar sofrendo de apnéia do sono. Na verdade errei a palavra e disse – dispnéia do sono. Foi o que bastou para que ele disparasse parte do seu conhecimento enciclopédico sobre doenças:
- Não é dispnéia, é apnéia do sono – falou categórico. Em seguida discorreu com autoridade sobre os testes para diagnóstico,tratamentos e riscos.
- Você pode morrer de madrugada, não é moleza – vaticinou com sua experiência. Resultado: perdi várias noites de sono, tentando atalhar a morte que nunca veio.
O outro, em diálogo mórbido, contou-me suas últimas doenças e todos os exames efetuados. Foi um tal de apalpa daqui, fura de lá, ultrassonografia, Raio X, um exame dolorosíssimo da próstata, outro vergonhosissimo, para saber no final que estava tudo bem. Depois, prestimoso, estimulou-me a que fizesse o mesmo, do contrário poderia pagar caro mais adiante. Ele conhece até o código internacional de doenças.
Eles nem imaginam que sofro do mesmo mal. A coisa aqui vem de longe. Minha primeira manifestação dessa queda para a medicina veio quando eu estava com cerca de quatro anos. Uma menininha da vizinhança infelizmente não resistiu à difteria. Eu estava jantando quando minha mãe disse que ela tinha dificuldades para deglutir. Pronto, não consegui engolir mais nada. Tive a certeza absoluta de que eu seria a próxima vítima, afinal éramos muito próximos, eu e a Maria.
Não acredito nessa história de ressurreição, mas deveria, eu sou a prova viva de que é verdade, pelas tantas vezes que já morri e continuo por aqui. Já morri de caxumba, cobreiro, diarréia, de choque anafilático (essa vacina contra a h1n1 quase me leva), de hidrofobia (meu gato me mordeu) e por aí vai. Basta dizer que todas as minhas dores são cancerosas.
Como gosto de ler, em todos os casos saí com um conhecimento exuberante sobre esses casos clínicos. Mas não vou ao médico. Eis a minha diferença e meu ponto fraco diante dos meus colegas. Morro mas não vou ao médico. Nem gosto de tomar remédios.
Mas houve uma época que pensei em estudar medicina para aproveitar todo esse talento.  Teria sido tempo perdido. Não teria passado do terceiro ano. Moacyr Scliar, fala da síndrome do terceiro ano do curso de Medicina. É só até onde vão os hipocondríacos. Depois das cadeiras básicas, vem o ciclo clínico, e aí, sai de baixo: tome descrição de doenças e conseqüentes manifestações dos sintomas nos doentes imaginários.
O caso é sério. Scliar conta que recebeu um telefonema de um colega dizendo que não tinha a menor dúvida que estava doente e era grave. Analisara com cuidado todos os sintomas e tinha a mais absoluta das certezas, estava com lupus eritematoso sistêmico. Quando Scliar disse que a doença era mais comum em mulheres ele mudou o diagnostico pra gripe, mas continuou doente.
Vocês conhecem o caso de Abraham Lincoln? Na sua família era comum a ocorrência de paralisia e ele passou a vida inteira esperando por isso. Certa vez, estava jogando xadrez com uma moça quando de repente ficou extremamente pálido. Ela perguntou o que estava acontecendo e ele então se referiu ao mal familiar e que havia beliscado a perna várias vezes nada sentindo, portanto havia chegado o tão esperado momento de ter a sua paralisia, ao que a moça disse – Não se preocupe você estava beliscando a minha perna.
Para não cair mais no ridículo, como esse de Lincoln, de achar que vou morre e não ser verdade comprei o livro Manual de Primeiros Socorros para Hipocondríacos de Jaime Gorman.
O autor entende do ramo e o seu manual é muito instrutivo. Não passei, porém, do primeiro capítulo sobre o mal súbito. Ele não leva a sério nossa condição e o que é pior, fez-me rir tanto já no início do livro que fique com claros sintomas de que poderia ter um ataque de apoplexia. Isso mesmo, essa coisa que junto às febres, matava os personagens de romance antigamente. Hoje morrem de bala perdida ou de overdose.
 
Deixo aqui, para os meus dois amigos, as sábias recomendações colocadas na introdução do livro, para que a partir de agora possam seguir de forma científica sua mania:
1.Esteja alerta. As pessoas podem rir de você por ter um pulmão artificial na garagem ou um balão de oxigênio na dispensa, mas não importa. Você nunca sabe quando vai parar de respirar.
2.Seja ousado. É melhor dizer que “Estou com uma úlcera” do que “Não estou me sentindo bem”.
3.Tenha clareza nos seus objetivos.Afinal você quer um quarto no hospital, ou apenas um cobertor e um copo de leite quente?
4. Entre em pânico. Essa conversa de que é bom manter a calma é bobagem.
E como remate, essa frase lapidar do autor: Doença é como radiação atômica. Nem um pouquinho é aceitável. Todo problema de saúde, desde decapitação até um arranhão, deve ser tratado com a maior seriedade.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

NOMEAR TAMBEM É ARTE

Tenho fascinação por certos títulos ou denominações. Sejam de livros, filmes ou lugares. Excluindo dessa reflexão os títulos técnicos, que primam pelo rigor em detrimento do valor estético, alguns outros me conduzem de imediato, como num passe de mágica, ao mundo imaginativo, profundo do inconsciente, extrapolando às vezes, a intenção inicial da denominação. É como se fizessem soar no meu interior, uma nota musical, harmônica ou dissonante, puramente espiritual. Clarice Lispector declarou que quando jovem, escolhia os livros pelos títulos, sem conhecimento dos seus autores, quem sabe, levada pela mesma razão.
E assim vem-me imediatamente à lembrança, no nosso estado, a poética denominação do município de Caiçara do Rio dos Ventos. O pronunciar desse nome, faz o pensamento voar por entre a armação da paliçada indígena, levado pelo vento, através das curvas do rio. Que poeta terá conjugado pela primeira vez a caiçara, aos efeitos eólicos observados, criando essa beleza de nome? Rio dos Ventos já nos encantaria sobejamente. Há outros, ainda, que provocam taquicardia lírica, como disse Câmara Cascudo: Verde Nasce, em Ceará-Mirim, Cacimba das Moças, em Currais Novos e Riacho dos Noivos, em Caraúbas. E para não se dizer que só falei dos nomes do meu estado, cito este do Maranhão, pelo esplendor que dele parece emanar: Nossa Senhora da Luz do Paço do Lumiar.
Quanto aos livros, antigamente os títulos eram longuíssimos, verdadeiros resumos da obra. Vejam por exemplo o título de um trabalho, referenciado no inventário do Pe. Faustino Gomes de Oliveira, sobre os cuidados com a saúde, que os marinheiros deviam ter durante suas longas viagens: Aviso à gente do mar sobre a sua saúde: obra necessária aos cirurgiões de navios, e em geral a todos os marinheiros, que andam  embarcados em navios, aonde não ha cirurgiões. É livro do século XVIII. Nonada diante do que se propaga por aí, que o título de livro mais longo já registrado, seria composto de nada menos que 670 palavras. Este texto, até aqui possui 279.
Modernamente, o irreverente e excelente Charles Bukowski, que Sartre dizia ser o melhor poeta da America, tem utilizado títulos longos para seus contos e poemas. Algum dos leitores já correu o risco de ter se encontrado com Bukowski? Vejam por exemplo Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amem, ou O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio, suplantados, ambos, por Em defesa de um certo tipo de poesia, de um certo tipo de vida, de um certa tipo de criatura com sangue nas veias que um dia morrerá. Nada me evocam de belo, são apenas a expressão da irreverência do autor.
Já o título do livro de Dinah Silveira de Queiroz, Floradas na Serra, traz toda a beleza da vida desabrochando nas encostas e no cimo da Serra, derramando-se pelos vales. E como as belas flores que imagino, não são outra coisa que órgãos sexuais, trás a idéia de amores nascentes, de fato retratados naquele romance. A vida parece ressurgir também no título da escandalosa autobiografia de André Gide, Si le grain ne meurt (Se o grão não morre), referência a passagem bíblica sobre o grão de trigo. Escandalosa, à época, pelas descrições de cenas de pederastia e da vida debochada de Gide. Ele, alias, impediu que Galimard (editor da Nouvelle Revue Française) publicasse a primeira edição de A la recherche du temps perdu (Em busca do tempo perdido) obra prima do também francês, Marcel Proust, cujo segundo volume possui o belíssimo título de, À l’ombre dês jeunes filles en fleurs (À sombra das moças em flor).
A tradução brasileira para Wurthering Heights – O Morro dos Ventos Uivantes,(bem mais bonita que A Colina das Ventanias), quase que nos faz ouvir os sons produzidos pelos ventos ao passar entre as montanhas, e tenho a impressão que sempre à noite. Assusta-nos tanto quanto o fantasma de Catherine assombrava Heathcliff: -  Heathcliff, it’s me, Cathy, I’ve come home...I am so cold, let in your window…
Sem querer me alongar demasiado no assunto, porque esse tipo de apreciação depende do gosto de cada um, lanço um olhar rápido sobre os autores que nos são mais próximos. Cinjo-me aos mossoroenses mais consagrados. Estes não foram bons nos seus títulos, ou talvez não tivessem a intenção estética ao nomear suas obras. Assim é que O Aprendiz de Camelô, de Jaime Hipólito Dantas, A Rua de Jaime e outros temas, de Elder Heronildes e Os Dias de Domingo de Dorian Jorge Freire, o primeiro contos e os outros, crônicas, cativam mais pelo texto. Mas são, sem dúvida, bem melhores do que os títulos anatômicos Lápis na Veia de Clauder Arcanjo e Coração, Cabeça e Estômago, do grande Camilo Castelo Branco. Alias, a estes se podem juntar, com facilidade, os títulos dos dois romances de Paulo Francis, Cabeça de Papel e Cabeça de Negro.
Outros foram mais criativos. Vejam, por exemplo, Baú de Ouropéis, do poeta Jomar da Costa Rego, onde ele ao juntar escritos diversos em um único livro julga-os com o valor de miçangas, jogadas a um canto. Chego quase a ver o brilho dessas contas, de valor apenas aparente, postas no baú. Nenhum melhor, porém, que o memorialista Raimundo Nonato da Silva. Escritor fértil, de obra vastíssima, só eu tenho 38 dos seus livros, titulava de forma magnífica: Zona do Por do Sol, Os Arrancadores da Arca da Botija, As Miragens da Estrada do Sal, Varal de Memórias, Quando cai o Nordeste, Viagem pelo Vale da Solidão: suma das memórias do sem fim são alguns exemplos das denominações que deu às suas memórias. Acredito que não haja, dentre os habitantes deste rincão, quem não se enterneça, como eu, com esses títulos, todos com significados profundamente telúricos e belos.