segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

ANIVERSÁRIO DE KAIRÓS




No mês passado, este blog completou um ano em atividade. Foram 55 postagens que receberam mais de 5000 visitas, numa média de 416 por mês, embora só constem 14 seguidores. Não sei se foi muito ou pouco, mas a natureza dos assuntos, aponta para visitas ou pesquisas qualificadas, já que do blog estão excluídos assuntos especializados em áreas chamativas e polêmicas expressando apenas minha visão pessoal, original.

Tal como o deus grego Kairos, que se refere à qualidade e não à quantidade dos momentos vividos, acredito que os buscadores desejavam algo assim, quando iniciaram suas buscas. Aqui chegaram utilizando palavras chaves como Kairos,charadas difíceis, manias de escritores, curso de matemática, genealogia, banqueiro século XIX, Gigliola Cinquetti, traição de Francesco Burlamacchi,  e a própria denominação do blog, dentre outras.

As visitações foram encaminhadas predominantemente a partir do www.google.com.br (1.794), seguido de www.facebook.com (157), sitio onde compartilho cada nova postagem. Outras vieram de outros sites de busca, do Orkut e de blogs pessoais. Originaram-se principalmente do Brasil (4.397), seguido pelos Estados Unidos (214) e Portugal com 153 visitações. 

O maior número de visitações ocorreu no mês de agosto (638), seguido pelo mês de outubro (629) de 2011. O mês de menor número de acessos foi novembro de 2010, quando o blog iniciava (99).

Cinco postagens foram mais populares: VECCHIA AMERICA (588 visualizações), O TIJOLÃO DO PROF. MANUEL JAIRO BEZERRA (340 visualizações), A CHARADA É UM POUCO DIFÍCIL, (3,2) (199 visualizações), OS LIVROS DA EDITORA MIR (163 visualizações) e 2011 - ANO DA ITÁLIA NO BRASIL com 95 visualizações. 

Foram feitos 45 comentários. Os posts mais comentados foram INESPERADO REENCONTRO COM O XADREZ, e O ABUSO DO POLITICAMENTE CORRETO, ambos com oito comentários.

No fundo, cada postagem teve a intenção de servir culturalmente. Muito obrigado.







terça-feira, 6 de dezembro de 2011

SOBRE O PECADO


Por mais afastados que estejamos dos assuntos religiosos, não nos podemos furtar da reflexão sobre esse tema, e quer nos orientemos ou não, nos variados atos do drama humano, pela vertente religiosa, no fundo, será sempre pelo norte ético que nos guiaremos. Se assim não procedermos, se ferirmos mores e costumes, pagaremos com o julgamento da consciência, porque dentro de cada um de nós existe o conhecimento do bem e do mal. A sanção, o castigo, vem, pois, primeiramente de nós mesmos.
 
Na minha teoria pessoal do pecado, vejo-o caracterizado de duas maneiras: primeiro como algo que direta ou indiretamente prejudica alguém; e em segundo lugar, ligado ao velho conceito hebreu de idolatria, no sentido de escravidão a algo que nos afasta da nossa missão mais essencial, nos prejudicando. Aliás, não é outra coisa que se acha expressa nos ensinamentos religiosos.

Expliquemos nosso raciocínio com a importantíssima questão do sexo. De duas formas será pecaminoso: se praticado sem o desejo e o consentimento dos envolvidos na relação, ou quando se transforma em atividade reificada, principal dos indivíduos. Fora disso não há pecado.

No primeiro caso, faltando o desejo e o consentimento, estará caracterizado o estupro, a prostituição ou a traição. Na segunda forma é caso típico de idolatria, como também o é o exagerado apego ao dinheiro, ao poder, à alimentação e a tudo que impeça ou perturbe a realização da nossa essência, que para o religioso significaria amar a Deus sobre todas as coisas. Em ambos os casos fere-se alguém.

A literatura bíblica afirma que todos os pecados serão perdoados, menos aqueles cometidos contra o espírito. E também que somos templos desse espírito, que entendo como dignidade humana, o que há de mais profundo e significativo dentro de cada um de nós.

O castigo da idolatria não será a descida de fogo do céu para matar o pecador, mas a sensação de enfraquecimento espiritual, o sentimento de que nos afastamento do nosso centro, de que desperdiçamos a existência em desvios malsãos. O castigo por ferir o semelhante deverá ser de âmbito da moral, do sentimento de culpa e da justiça, e que no final também ocasionará prejuízos ao espírito. Assim, acredito que o pecado seja de natureza relacional (eu, comigo mesmo, ou com você). 

Embora não seja necessária a admoestação religiosa para evitá-lo, ouçamos as lições dos sábios sobre isso. Conta-se que alguém que desejava converter-se ao judaísmo pediu que o muito célebre Rabi Akiva recitasse toda a Lei, enquanto permanecesse sobre um dos pés. Não faças aos outros o que não queres que te façam, essa é a Lei, e tudo mais é comentário, teria sido a resposta do sábio.

Na mesma linha de pensamento, da qual, aliás, não poderia fugir, pois também era judeu, o Rabi Jesus recomendou que amássemos o próximo como a nós mesmos e a Deus acima de tudo. Em ambos os casos o que se pede é em primeiro lugar o respeito à própria dignidade pessoal, e em segundo, que se respeite a alheia: ame-se para amar o próximo. Observando ambas as recomendações estaremos, sobretudo respeitando o divino que há em nós e que no pecado é maculado. Nada mais se pode acrescentar sobre o assunto.