domingo, 28 de agosto de 2011

A EDIÇÃO MOSSOROENSE DA NOBILIARQUIA PERNAMBUCANA

A história da publicação da obra de Borges da Fonseca, pela prestimosa Coleção Mossoroense, começa com a minha paixão por genealogia e se concretiza no amor de Vingt-un Rosado pelas coisas da cultura e também pelo mesmo assunto.
Dentre as grandes obras genealógicas publicadas no nosso país, três são clássicas: a Nobiliarquia Paulistana, História e Genealógica, escrita por Pedro Taques de Almeida Paes Leme; Catálogo Genealógico das Principais Famílias, da autoria de frei Antonio de Santa Maria Jaboatão e a notável Nobiliarquia Pernambucana, de Antonio José Vitoriano Borges da Fonseca.

A obra de Pedro Taques teve reedição por iniciativa da Editora Itatiaia Ltda, em colaboração com a Editora da Universidade de São Paulo,em 1980, e o governo da Bahia, na gestão de João Durval Carneiro, republicou o trabalho de frei Jaboatão, com introdução e notas de Pedro Calmon, em 1985. Bem antes,em 1946, Afonso Costa já tratara da obra de Jaboatão, adaptando-a e desenvolvendo alguns tópicos. Faltava a Nobiliarquia Pernambucana, talvez a mais importante para os estudiosos da genealogia do Nordeste.

Na busca por minhas raízes genealógicas, primeiro pesquisei na literatura local e regional, principalmente na Coleção Mossoroense, na obra de Francisco Fausto, que depois foi desenvolvida por Lauro da Escossia no livro As Dez Gerações da Família Camboa, nas publicações de Olavo de Medeiros Filho, e por fim, na importante, porém confusa obra do tabelião paraibano Sebastião de Azevedo Bastos, intitulada No Roteiro dos Azevedos e Outras Famílias do Nordeste, publicação de 1954. 

Embora o prof. Vingt-un Rosado possuísse uma rica bibliografia genealógica, na qual se incluíam todos os exemplares do Anuário Genealógico Latino e do Anuário Genealógico Brasileiro, obras de Salvador de Moya, faltava a fonte principal para a minha pesquisa – a Nobiliarquia Pernambucana de Borges da Fonseca, a fim de tentar fazer a ligação dos meus ancestrais com os primeiros troncos baianos e pernambucanos.

Diante da minha insistente procura por essa obra grandiosa, Vingt-un sugeriu-me que consultasse, dentre os genealogistas meus conhecidos, se algum a possuía, para que, a partir desses exemplares fizéssemos uma nova edição facsimilar pela Coleção Mossoroense. Barros Leal, insigne médico e genealogista cearense possuía apenas um volume que disponibilizava, O Instituto Histórico, Arqueológico e Geográfico Pernambucano apenas facultava para consulta, e nada mais encontrei. Produzida em 1748 em quatro volumes manuscritos, a obra de Borges da Fonseca teve publicação parcial pela Revista deste citado Instituto Pernambucano, e integral, em 1935, pelos Anais da Biblioteca Nacional, em dois volumes, com prefácio de Rodolfo Garcia.

Estávamos nesse pé quando, ao retornar de uma de suas viagens, Vingt-un me fez a grande surpresa de me apresentar àquela tão sonhada publicação de 1935. Comprara por R$ 400,00, os dois volumes publicados por Garcia. Emprestou-me de imediato e logo em seguida deu início a sua reprodução facsimilar. Procurou-se, a partir dos dois volumes daquela edição, recuperar a divisão inicial dos manuscritos em quatro volumes. Sem dúvida, pelo valor e raridade da obra, ficou a Coleção Mossoroense mais enriquecida, ao contar com a Nobiliarquia Pernambucana entre seus títulos publicados, e os genealogistas e historiadores, agradecidos por essa iniciativa.

Por solicitação de Vingt-un, Affonso Romano de Sant’Anna, então presidente da Fundação Biblioteca Nacional, enviou uma relação de Bibliotecas e outras entidades que deveriam receber exemplares da nova edição. E assim, a história das publicações da Nobiliarquia Pernambucana passou a ter, também, um capítulo mossoroense, sob a chancela da Escola Superior de Agricultura de Mossoró. 

Atualmente, a publicação pode ser acessada em vários sites e a Fundação Vingt-un Rosado ultima também uma edição nesse formato, a ser disponibilizado para download gratuito, no Acervo Virtual Osvaldo Lamartine de Faria. É a democratização do conhecimento.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A FAMÍLIA ROCHA E A POSSE DA FAZENDA SANTA LUZIA


Os primeiros elementos da família Rocha, que documentalmente se relacionam com as terras de Santa Luzia, foram Jerônimo e Isabel da Rocha, que juntamente com mais seis suplicantes, solicitam sesmaria pedindo nada menos que cinco léguas de comprido por outras tantas de largo, para cada um deles, ao longo do rio Upanema, valendo dizer rio Mossoró. A petição foi deferida com a redução para três léguas por uma, para cada um, mas por desaproveitamento, caiu em comisso.

Luis da Câmara Cascudo estudou a seqüência das possessões registrando como mais antigo dono da Fazenda de Santa Luzia, o Capitão Baltazar da Rocha Bezerra, em 1728. Filho de outro de mesmo nome e de Maria Barbalho Bezerra, ambos paraibanos, descenderiam de outro Baltazar da Rocha Bezerra, que Borges da Fonseca diz que casou na Paraíba com gente da família dos Barbalhos, Morgados da Paraíba.

Decifrando, porém, velhos documentos referentes ao Terço dos Paulistas, que deram combates aos índios na chamada Guerra dos Bárbaros, o historiador Olavo de Medeiros Filho fez recuar a posse, ao sogro de Baltazar, o Capitão Teodósio da Rocha, que em 1712, recebia ordem do Sargento-Mor José de Morais Navarro, para que, juntamente com o soldado Bonifácio da Rocha, seu filho (conforme João Felipe Trindade)... marchem logo dentro de cinco dias, para sua fazenda do Monxoró...

O próximo a deter a posse da fazenda, ainda segundo Câmara Cascudo, foi Teodorico da Rocha Bezerra, antes de 1739. A posse teria vindo a este por compra ou seria sucessão? Sabe-se que este último foi pai de pelo menos dois filhos: Antonio Vaz Gondim e Damião da Rocha, que, segundo Francisco Fausto, teriam efetivamente habitado na região, ocupando terras ao norte da fazenda, indo até o Góis.
Mais informações se colhem sobre essas terras e personagens, na carta de sesmaria concedida a Baltazar Gonçalves dos Reis, em 1763. Dizia o suplicante:
que elle é senhor e possuidor de parte de um sítio de terra chamado a lagoa do Goes, na ribeira do Mossoró, distrito dessa Capitania, com três léguas de comprido e uma de largo, que ouve por herança de seu tio, Jeronimo da Silva e este o ouve por dote que lhe fez seu sogro Teodósio da Rocha ou seu tio Antonio Vaz Gondim, o qual havia tirado por sesmaria pelo governo desta Capitania.
A confirmar essa posse, temos o documento divulgado por Vingt-un Rosado, referente ao pedido de terras feito por José de Oliveira Leite, em 1754, na mesma quadra da Fazenda de Santa Luzia. Sobre essa solicitação, diz o Escrivão da Fazenda, que, revendo o Livro Sétimo de Registro de Sesmaria, encontrou o seguinte:
...consta haver dado de sesmaria a Antonio Vaz Gondim e seu irmão, Damião da Rocha, cinco léguas de comprido e uma de largo no rio Mossoró da parte do Norte, pegando das testadas da terra de seu pai, Capitão Teodorico da Rocha, para baixo que é o sitio chamado Santa Luzia...

Como José de Oliveira Leite não especificou o exato local da terra que solicitava, houve a preocupação por parte daquele Escrivão, de que essas viessem a coincidir com as posses já firmadas anteriormente.

Parece haver parentesco entre José de Oliveira Leite e Teodósio da Rocha, e talvez tenha sido essa a motivação para sua fixação em Mossoró, onde foi a primeira autoridade da Ribeira, por carta patente passada pelo Capitão-Mor da Capitania do Rio Grande do Norte, Pedro de Albuquerque, em 1755. Interessa, a respeito desse parentesco, o que se encontra na carta de sesmaria concedida a Antonio Pereira de Albuquerque, Teresa de Oliveira e Manuel Roriz, datada de 1709. As terras pretendidas eram as mesmas situadas... na ribeira do Mossoró, da parte do Norte do Rio dela... e foi preciso dar vistas aos autos da concessão anterior a Teodósio da Rocha:
...vistos os autos como por elles se mostra ser concedido Teodozio da Rocha e sua filha Teodosia e ao Capitão João Leite de Oliveira (...) toda a terra que se achar da Costa do mar pela Ribra. assima do Mossoro até donde o gentio chama de sete estrelo das partes do Norte e se mostrar que os justificantes Theodozio da Rocha e sua filha Teodosia de Oliveira Leite...   

Esclarece o referido documento, que a data e sesmaria lhes pertenciam por devolutas, e surge aí a figura de quem fora o anterior dono da terra, ou co-herdeiro dela:
...e como sendo outro citado Antonio da Rocha Pita para alegar e mostrar o dicto que tivesse contra esta data e sesmaria e não fizesse, o hei por excluso da terra...

Eis então Teodósio e João Leite de Oliveira com posse anterior a 1709. O prof. João Felipe da Trindade cita o Capitão João Leite de Oliveira, de idade de trinta e cinco anos em 1699, como filho do Capitão Mor Antonio Vaz Gondim. João, por sua vez, foi pai, dentre outros de Clara, batizada em 12 de Abril de 1710, tendo como padrinhos, José Ferreira e Felizarda Filgueira (essa filha de Teodósia da Rocha e neta de Teodósio da Rocha)

A partir de Damião e Antonio Vaz Gondim, teria havido solução de continuidade, com posse da terra, ao norte de Mossoró, por elementos de outras famílias? Acreditamos que não. Na primeira metade do Sec. XVIII coincidência ou não, ainda é um Rocha, Alexandre de Souza Rocha, que detém a posse da Ilha de Dentro e também de partes de terras no Góis. Ele e sua esposa, Leocádia Barbosa Vasconcelos, ambos naturais de Goiana, Pernambuco, estabeleceram-se por pouco tempo no Seridó, e definitivamente, nos citados lugares da Ribeira. Diz Francisco Fausto: Do Seridó mudou-se o casal para o sitio Ilha de Dentro na Ribeira do Mossoró onde fixou residência...

Supomos, não gratuitamente, que Alexandre pertença a essa mesma grei dos Rochas, que por todos esses séculos tem mantido a posse daquelas partes de terra. Igualmente da gens, seria Jerônimo da Rocha Tevez, natural da Ilha Terceira, que faleceu quando se dirigia, a cavalo, do Ceará para Mossoró, cuja filha, Quitéria Francisca de Oliveira, viria a se casar, em 1774, com José de Góis Nogueira, Comandante da Ribeira do Mossoró, filho de Manoel Nogueira de Lucena e de Firmiana Rosa dos Prazeres. Para Francisco Augusto, genealogista cearense, Jerônimo teria sido casado com Ana Maria de Albuquerque.

Por compra ou por herança, serão, na continuação, vários os possuidores de partes de terras nessa região, sendo digno de nota, a declaração que faz Manoel Francisco Rebouças, registrando, ainda em 1855, a presença de um Rocha Bezerra com posse na área.

Manoel Francisco Rebouças, natural e morador na freguesia de Nossa Senhora do Rosário da cidade do Aracaty,casado, declara que possui duas sortes de terras no sitio Tibau da freguesia da Senhora Santa Luzia, sendo oitenta e três braças e meia por compra a Bernardino da Rocha Bezerra e cento e oito e meia houve-as por legitima de minha falecida mãe, Tereza Rodrigues de Jesus tendo as mesmas terras uma légua de fundo – Mossoró,dezoito de dezembro de mil oitocentos e cinqüenta e cinco (1855)...

Alexandre e Leocádia deixaram filhos, dos quais, até agora, apenas três podemos perfilhar: Alexandre de Souza Rocha, natural do Seridó, casou em 1774 com Josefa Maria Calada, filha dos mesmos Manoel Nogueira de Lucena e Firmiana Rosa dos Prazeres; Matias Aires Delgado, natural de Russas/CE, casou com Francisca Inácia de Oliveira, filha de Francisco Falcão de Souza e de Helena Maria de Oliveira, e Eufrásio Alves de Oliveira, natural de Goiana, que Francisco Fausto assegura que morava no Upanema, na segunda metade do Sec. XVIII, casado com Quitéria de Oliveira e foram o tronco dos Alves de Oliveira e Alves de Souza, da cidade de Mossoró.

domingo, 14 de agosto de 2011

UMA VISITA À FEIRA DO LIVRO

Ontem fomos à nossa limitada Feira do Livro, que está ocorrendo na Estação das Artes Eliseu Ventania. Meu objetivo é claro e simples: comprar livros. Dispenso sempre a parte discursal, aquela coisa de ouvir escritores ou palestras sobre literatura. Pode ser importante ou interessante mais eu não gosto. E o digo agora com mais liberdade, depois do que falou João Ubaldo Ribeiro sobre o desprazer de conversar sobre literatura: Me entedia, só. Não tenho interesse. Acho chato. É como se você quisesse bater um papo sobre hóquei sobre patins. Eu digo: eu não quero. Mas ele, como grande escritor, nem sempre pode fugir, eu posso. Alem do mais, um desses palestrantes era o escritor Lobão, que desconheço como tal. Não sei se ele cantou alguns de seus sucessos no evento.

Visitei todos os estandes, e nesse vai e vem,folheando quase que cada livro, lembrei do que fazíamos quando crianças com os nossos gibis à porta do Cine Pax, e vi que, ao longo de 50 anos, nada mudei quanto a esse gosto pela leitura. Mudou o nível, mas o prazer pela página escrita é o mesmo.

Situado na Praça Rodolfo Fernandes, no centro de Mossoró, o Cine Pax, onde hoje funciona uma loja da Marisa, era o nosso ponto de encontro nos fins de semana pela manhã. Ficávamos no hall do cinema, com uma pilha de revistas trocando-as. Fantasma, Rock Lane, Superman, Batman, Tarzan, Mandrake, Tom Mix etc. Dávamos voltas e voltas (tal como fiz na Feira).Cada um com uma braçada de revistas, novas e usadas, examinando,comprando, vendendo, mas principalmente trocando.Década de 60 com certeza.

Em casa, após o almoço, o monte de revistas ao lado da rede e a leitura prazerosa de todas aquelas novas histórias.

A influência dos quadrinhos era tremenda. João Vitalino, antigo barbeiro que tinha seu salão à rua Venceslau Braz, chamava-me de Zorro, pois só andava “armado”, revólver de madeira na cartucheira amarrada na perna, pronto para o “duelo”. Certa vez, apareceu a moda do cabelo à escovinha, curto e que ficava em pé.Todos os meninos fizeram o seu corte. Seu João cortou o meu da maneira certa, mas sendo muito fino, deu a impressão de que havia cortado no zero, resultado: o Zorro só saiu de casa após o cabelo crescer. 

Hoje, o hábito continua, ao invés das revistas, aqui estou com um monte de livros, nos dois lados da rede. Da feira de ontem, as obras compradas denotam os interesses de adulto. Examino-as com prazer. Ao longo dos dias serão objeto de minha leitura cuidadosa, por enquanto uma análise superficial. Dentre eles uma dissertação de mestrado sobre Paulo Francis, que admiro, recuperado das esquerdas pela erudição; os conselhos de Sêneca, nos seus diálogos com Sereno, em busca da tranquilidade da alma; Belfagor, o Arquidiabo, de Maquiavel; Ciências da Mente e do Cérebro no Século XXI; um Dicionário Politicamente Incorreto. Interesses de adulto, sim, mas a criança que não morre em mim, ainda tem uma saudade danada de Rock Lane e de Durango Kid, e daquele antigo revolver de brinquedo.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O ABUSO DO POLITICAMENTE CORRETO


Essa coisa do politicamente correto, tal como tem sido utilizada em todo o mundo, assemelha-se a uma doença. É a grande doença do século, diria William S. Lind, que pouco a pouco vai se alastrando, contagiando o nosso pensamento.

A idéia nasce na América do Norte com a finalidade meritória de defender os direitos das minorias oprimidas. Depois, porém, vem os excessos, e a coisa começa a virar patrulhamento. Ninguém menos que Umberto Eco, revoltou-se contra esse exagero. No seu livro La Bustina di Minerva, enfeixou o artigo Politicamente correti o intolleranti?, denunciando que o politicamente correto, está transformando-se em um novo fundamentalismo. 

A defesa das minorias com o politicamente correto é feita, no fundo, amedrontando a maioria, criando o medo do uso da palavra errada, da palavra tida como ofensiva, insensível, racista, machista ou homofóbica contra os inculpáveis, os abandonados, vítimas da história, e termina por implantar um clima inquisitorial.

Esse novo fundamentalismo não é obra do acaso. Segundo se percebe hoje, o marxismo apostou todas as suas fichas na transformação da sociedade via revolução econômica (aquela idéia da evolução da sociedade partindo do feudalismo até atingir o comunismo), mas foi fragorosamente derrotado. Agora tenta emplacar a revolução via cultura. Há assim a necessidade de que seja destruída a cultura ocidental judaica-cristã, para só depois processar-se a instalação do céu marxista. De imediato, na pauta esquerdista, está a necessidade de subverter alguns conceitos fundamentais ligados à família e à sexualidade, e, pela pressão do politicamente correto, colocar na defensiva qualquer que pense diferente. Aqui vão alguns exemplos: legalização do aborto voluntário, mudança no conceito de família, aceitação da homossexualidade como natural, feminismo, legalização do uso de drogas, dentre outros tão em discussão nos últimos anos.

A estratégia tem produzido algumas vitórias. Já ninguém pode ser contra a legalização do aborto sem ser taxado de retrógrado fundamentalista, contra a liberação da mulher (a mulher seria dona do seu corpo). O discurso correto seria o consentimento no assassinato. 

O que aconteceu no Supremo, com a equiparação da união homossexual à família, é um exemplo emblemático da utilização do politicamente correto em sua plenitude. Pouco interessa a opinião do povo brasileiro, agora exposta em pesquisa do Ibope (55 % contrários à aquela decisão), o importante naquele instante era render-se as barulhentas minorias organizadas de gays e lésbicas (não havia dúvidas quanto ao texto constitucional). 

Tivesse o Supremo um pouquinho mais de coragem e teria elastecido o conceito de família equiparando a união do homem com animais, também como uniões estáveis. Afinal essas situações existem, são minorias, nada produzem e são discriminadas, enquadrando-se perfeitamente no caso de minorias oprimidas – chama-se bestialidade ou zoofilia, permitida em alguns países. Nesses casos a adoção de filhos seria facilitada, pois já há exemplo prático: o casal francês Pierre e Elaine Thivillon, sem filhos, adotaram um gorila. O francês, administrador de um Zoológico, conta que ao longo de 13 anos de relacionamento, o casal criou um laço afetivo muito grande com o animal. 

Quem ouse hoje achar, mesmo teoricamente, que o homossexualismo não é natural será agressivamente acusado de homofobia. E aqui, a coisa beira o ridículo, basta ver a reação de algumas dessas associações processando Marcos Mion e a Record, pelo apresentador ter dito que a drag queen Nany People, tinha uma surpresinha. É a política de tolerância zero em relação aos que tem opinião diferente sobre o homossexualismo, dito agora homoafetividade. 

A tal ponto chegou a ação, o poder e o exagero desses grupos, que até Aguinaldo Silva, principal autor das novelas globais, homossexual assumido, questionado pela Revista Veja tachou de censura disfarçada a patrulha promovida por esses movimentos. Aliás, questionado sobre o que mais afasta o público das novelas ele respondeu: O povo não aguenta mais viado em novela. Chega! Tem muito. Tem novela que tem seis viados. As pessoas não aguentam mais isso. E geralmente os gays são todos iguais. São cópias dos héteros, querem casar, ter romance, engravidar e parir um filho nove meses depois. 

Os exageros do politicamente correto chegam também à Ecologia. A ânsia de por a culpa do aquecimento global nos países capitalistas é tanta que levou à fraude, gerando um verdadeiro escândalo sobre o rigor científico do relatório da ONU de 2007, sobre a situação climática do planeta. Enquanto isso, nas Universidades, quem tem coragem de se manifestar sobre o assunto sem ser desqualificado, sem ser tachado de politicamente incorreto? E olhe que essa é uma das fraudes científica mais maciças da história recente. 

Os casos são tantos que reunidos, formariam um novo FEBEAPÁ – Festival de Besteiras que Assolam o País. Como a sugestão do feminismo radical para que se desconstruam os textos masculinizados como estão hoje. Por exemplo, a frase “o meu aniversário será no próximo mês” uma mulher deveria escrever “a minha aniversária será na próxima mês”.Por que não? Direitos iguais! 

Nessa tentativa de revolução cultural, de negação da tradição judaico-cristã, há, porém, uma pedra no caminho – a Bíblia, coluna até agora inexpugnável da cultura ocidental de onde emana toda a nossa moral. Acredito que os que vão tentar desconstruí-la, no final versejaram com Drummond: Nunca me esquecerei que no meio do caminho, tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra.