segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O ABUSO DO POLITICAMENTE CORRETO


Essa coisa do politicamente correto, tal como tem sido utilizada em todo o mundo, assemelha-se a uma doença. É a grande doença do século, diria William S. Lind, que pouco a pouco vai se alastrando, contagiando o nosso pensamento.

A idéia nasce na América do Norte com a finalidade meritória de defender os direitos das minorias oprimidas. Depois, porém, vem os excessos, e a coisa começa a virar patrulhamento. Ninguém menos que Umberto Eco, revoltou-se contra esse exagero. No seu livro La Bustina di Minerva, enfeixou o artigo Politicamente correti o intolleranti?, denunciando que o politicamente correto, está transformando-se em um novo fundamentalismo. 

A defesa das minorias com o politicamente correto é feita, no fundo, amedrontando a maioria, criando o medo do uso da palavra errada, da palavra tida como ofensiva, insensível, racista, machista ou homofóbica contra os inculpáveis, os abandonados, vítimas da história, e termina por implantar um clima inquisitorial.

Esse novo fundamentalismo não é obra do acaso. Segundo se percebe hoje, o marxismo apostou todas as suas fichas na transformação da sociedade via revolução econômica (aquela idéia da evolução da sociedade partindo do feudalismo até atingir o comunismo), mas foi fragorosamente derrotado. Agora tenta emplacar a revolução via cultura. Há assim a necessidade de que seja destruída a cultura ocidental judaica-cristã, para só depois processar-se a instalação do céu marxista. De imediato, na pauta esquerdista, está a necessidade de subverter alguns conceitos fundamentais ligados à família e à sexualidade, e, pela pressão do politicamente correto, colocar na defensiva qualquer que pense diferente. Aqui vão alguns exemplos: legalização do aborto voluntário, mudança no conceito de família, aceitação da homossexualidade como natural, feminismo, legalização do uso de drogas, dentre outros tão em discussão nos últimos anos.

A estratégia tem produzido algumas vitórias. Já ninguém pode ser contra a legalização do aborto sem ser taxado de retrógrado fundamentalista, contra a liberação da mulher (a mulher seria dona do seu corpo). O discurso correto seria o consentimento no assassinato. 

O que aconteceu no Supremo, com a equiparação da união homossexual à família, é um exemplo emblemático da utilização do politicamente correto em sua plenitude. Pouco interessa a opinião do povo brasileiro, agora exposta em pesquisa do Ibope (55 % contrários à aquela decisão), o importante naquele instante era render-se as barulhentas minorias organizadas de gays e lésbicas (não havia dúvidas quanto ao texto constitucional). 

Tivesse o Supremo um pouquinho mais de coragem e teria elastecido o conceito de família equiparando a união do homem com animais, também como uniões estáveis. Afinal essas situações existem, são minorias, nada produzem e são discriminadas, enquadrando-se perfeitamente no caso de minorias oprimidas – chama-se bestialidade ou zoofilia, permitida em alguns países. Nesses casos a adoção de filhos seria facilitada, pois já há exemplo prático: o casal francês Pierre e Elaine Thivillon, sem filhos, adotaram um gorila. O francês, administrador de um Zoológico, conta que ao longo de 13 anos de relacionamento, o casal criou um laço afetivo muito grande com o animal. 

Quem ouse hoje achar, mesmo teoricamente, que o homossexualismo não é natural será agressivamente acusado de homofobia. E aqui, a coisa beira o ridículo, basta ver a reação de algumas dessas associações processando Marcos Mion e a Record, pelo apresentador ter dito que a drag queen Nany People, tinha uma surpresinha. É a política de tolerância zero em relação aos que tem opinião diferente sobre o homossexualismo, dito agora homoafetividade. 

A tal ponto chegou a ação, o poder e o exagero desses grupos, que até Aguinaldo Silva, principal autor das novelas globais, homossexual assumido, questionado pela Revista Veja tachou de censura disfarçada a patrulha promovida por esses movimentos. Aliás, questionado sobre o que mais afasta o público das novelas ele respondeu: O povo não aguenta mais viado em novela. Chega! Tem muito. Tem novela que tem seis viados. As pessoas não aguentam mais isso. E geralmente os gays são todos iguais. São cópias dos héteros, querem casar, ter romance, engravidar e parir um filho nove meses depois. 

Os exageros do politicamente correto chegam também à Ecologia. A ânsia de por a culpa do aquecimento global nos países capitalistas é tanta que levou à fraude, gerando um verdadeiro escândalo sobre o rigor científico do relatório da ONU de 2007, sobre a situação climática do planeta. Enquanto isso, nas Universidades, quem tem coragem de se manifestar sobre o assunto sem ser desqualificado, sem ser tachado de politicamente incorreto? E olhe que essa é uma das fraudes científica mais maciças da história recente. 

Os casos são tantos que reunidos, formariam um novo FEBEAPÁ – Festival de Besteiras que Assolam o País. Como a sugestão do feminismo radical para que se desconstruam os textos masculinizados como estão hoje. Por exemplo, a frase “o meu aniversário será no próximo mês” uma mulher deveria escrever “a minha aniversária será na próxima mês”.Por que não? Direitos iguais! 

Nessa tentativa de revolução cultural, de negação da tradição judaico-cristã, há, porém, uma pedra no caminho – a Bíblia, coluna até agora inexpugnável da cultura ocidental de onde emana toda a nossa moral. Acredito que os que vão tentar desconstruí-la, no final versejaram com Drummond: Nunca me esquecerei que no meio do caminho, tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra.

8 comentários:

  1. Em primeiro lugar quero parabenizar pelo excelente artigo. Sou católico apostólico romano e hoje me sinto meio "acuado" perante o bombardeio realizado pela mídia contra os nossos princípios morais. Mas certamente a Palavra de Deus é uma pedra que revolucionário nenhum irá abalar. Abrigue-se nela quem quiser.

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  2. Ótimo artigo! Do jeito que a coisa anda, daqui a pouco ser heterosexual será crime. Respeitar e tolerar é uma coisa diferente de apoiar e fazer propaganda gay. Não tem quem aguente.

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  3. Caros amigos, é assim mesmo que muita gente se sente:acuado, amordaçado.Quanto ao homossexualismo,verifiquem que se todos os seres do planeta forem héteros nada de anormal ocorre com a vida (nosso bem supremo), mas se todos são homo, cessa a vida.Respeito e tolerância, sim, orgulho, não.

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  4. Quanta bobagem junta, são tantos argumentos escrotos e fascistas que é até difícil de começar.
    1- Hoje em dia está na moda ser contra o politicamente correto, qualquer imbecil escreve esse chavão e já se acha intelectual. A verdade crua e simples, é que o respeito ás minorias incomoda os intolerantes.
    2- O estado é laico, não deve ser pautado pelo que está escrito na bíblia.
    3- Jesus nunca condenou o homossexualismo, na verdade ele nem fala sobre isso. A condenação só consta no velho testamento (mitologia hebraica) e em algumas epístolas de Paulo (que nasceu 100 anos depois de Jesus).
    4- Esse papinho da "ditadura gay" é um factóide reacionário, os gays brasileiros são muito pouco organizados, devido ao alto índice de violência e preconceito a maioria dos gays no Br tenta viver desapercebido e escondido na sociedade. O problema é que a sociedade está mudando, mesmo no Brasil, e isso assusta aqueles que não tem segurança na sua própria sexualidade ou precisam de um bode expiatório pras suas frustrações.
    4- Quanto ao último comentário, pesquisas recentes demonstram comportamento homossexual em aproximadamente 10% de todas as espécies de mamíferos, pois é, a homossexualidade vem de Deus.

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  5. Caro Leandro,

    Obrigado por ter colaborado com o nosso raciocínio. Sua reação desarrazoada, inclusive com a utilização de termos chulos e agressivos demonstra a exatidão do texto e das opiniões até aqui emitidas, ou seja: o abuso do politicamente correto transformou-se, de fato, em mais um fundamentalismo. Você o provou.

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  6. Desculpe pela agressividade, como justificativa não sou um douto, apenas um leitor que ficou indignado. Esperando engrandecer a discussão com argumentos de pessoas mais ilustradas e capazes deixo esses dois links, que de certa forma compreendem o pensamento que eu gostaria de ter transmitido, mas cujo discernimento, infelizmente, foi traído pelos sentimentos suscitados.

    http://conselheiroacacio.wordpress.com/category/escritores-brasileiros/antonio-prata/

    http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/917484-politicamente-fascista.shtml

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  7. Caro Leandro,

    Aceito perfeitamente sua reação, bem como dos demais que participaram, e aceito seu desnecessário pedido de desculpas. A agressividade não tem nada a ver com cultura ou erudição, é outra coisa.
    O artigo teve o objetivo de manifestar minha opinião contra o ABUSO do uso do politicamente correto, que de fato tenta amordaçar, imobilizar, amedrontar. Não houve comparação entre Zoofilia e Homossexualismo, houve sim crítica ao elastecimento do conceito de família feito pelo Supremo, embora em benefício à união gay. Aliás, o post não é específico sobre homossexualismo.
    Como professor, tenho sim, que expressar minha opinião sobre o que julgo prejudicial, no caso, o já citado ABUSO do politicamente correto, tal como fez Umberto Eco. Se ninguém se manifesta essa coisa vai deixar todo mundo acuado. Tenho o direito de manifestar minha opinião contraria a esse exagero, como você de defendê-lo.

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  8. Nossa! Lendo esse artigo deu vontade me me isolar em uma aldeia e não sair de lá para nada. Só assim não serei testemunha dos absurdos que estão acontecendo dia após dia. Acha isso radical? Eu não. Dá medo andar na rua e do nada ver um casal gay se agarrando como eu já vi. Deu vontade de sair correndo. Desculpe o desabafo.

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