Considerando
que as atividades universitárias são abrangidas pelo tripé Ensino, Pesquisa e
Extensão, os textos que se referem ao Ensino Superior são unânimes em afirmar
que algumas competências são necessárias para a prática docente nesse nível
educacional. O domínio em profundidade de uma determinada área do conhecimento
evidencia-se em primeiro plano como essencial. Depois, é fora de dúvidas que o
professor universitário deve possuir habilidades em pesquisa.
Não
havendo curso de graduação para a formação desse profissional, a LDB indica
legalmente os cursos de pós-graduação para a sua formação:
Art.
66. A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de
pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado.
Considera
aquele documento que ao fazer mestrado ou doutorado, o futuro professor se
habilita com profundidade em uma dada área do conhecimento (área de
concentração) e realiza importante treinamento em pesquisa ao conduzir sua
dissertação ou tese. Mas não fica descartado o especialista, desde que cumprida
a Resolução nº 12/83 do antigo CFE que obriga, nos cursos de Especialização, o
oferecimento de disciplinas
de formação didático-pedagógica de pelo menos 60 h/aula.
A
falha do Art. 66, esta no fato de que, exceto nas pós-graduações strictu sensu em áreas estritamente
ligadas à educação, nesses cursos não se fala, no geral, em Didática ou Pedagogia, essenciais
à atividade plena da docência, talvez pela noção errada de que esses são
assuntos voltados apenas para os níveis médio e fundamental. Sobre isso dizem
Selma Garrido Pimenta e Léa das Graças Anastasiou (2011):
Na maioria das instituições de ensino superior,
incluindo as universidades, embora seus professores possuam experiência
significativa e mesmo anos de estudos em suas áreas específicas, predomina o
despreparo e até um desconhecimento científico do que seja o processo de ensino
e de aprendizagem...
Dessa
deficiência de conhecimento, vem o fato de que os professores desconhecem até
fatos básicos como as diferenças na natureza das disciplinas e até mesmo entre
assuntos numa mesma disciplina, que obrigaria a utilização de estratégias de ensino
diferentes em cada caso. O predomínio de um único método de ensino – o discursivo,
o mau uso das novas tecnologias, e o desrespeito às diferenças individuais dos
alunos, são algumas outras provas do que dizemos. Disso resulta que embora
concursados, nossos professores são, na verdade, amadores, como diz o professor
Gilberto Teixeira no seu site Ser Professor Universitário, e sem a habilitação desejada
para o ensino.
O Ensino, primeiro item do tripé, a atividade mais característica e trabalhosa da academia, a atividade que recebe uma regulamentação mais estrita pelas instâncias universitárias, que determinam o que (conteúdo), quanto (carga horária) e quando deve ser ensinado (horários), além de ser exercida por quem não está completamente habilitado, ainda recebe, por incrível que pareça, os efeitos negativos da pesquisa desenvolvida pelo docente. Esta, a pesquisa, segunda atividade do tripé, é sem dúvida a mais atraente e prazerosa, a que dá prestígio, mas que na prática, afasta bons professores da sala de aula, já que estes prezam mais serem tidos como pesquisadores, que qualquer outra coisa,deixando o ensino em segundo plano. Ousaria dizer, embora não generalizando, que o grande pesquisador é fraco professor, pela sua ausência, não refletindo no ensino, seu desempenho na pesquisa, como se poderia esperar. Nas Federais, confunde-se com servidor do CNPq, antes que do MEC.
O Ensino, primeiro item do tripé, a atividade mais característica e trabalhosa da academia, a atividade que recebe uma regulamentação mais estrita pelas instâncias universitárias, que determinam o que (conteúdo), quanto (carga horária) e quando deve ser ensinado (horários), além de ser exercida por quem não está completamente habilitado, ainda recebe, por incrível que pareça, os efeitos negativos da pesquisa desenvolvida pelo docente. Esta, a pesquisa, segunda atividade do tripé, é sem dúvida a mais atraente e prazerosa, a que dá prestígio, mas que na prática, afasta bons professores da sala de aula, já que estes prezam mais serem tidos como pesquisadores, que qualquer outra coisa,deixando o ensino em segundo plano. Ousaria dizer, embora não generalizando, que o grande pesquisador é fraco professor, pela sua ausência, não refletindo no ensino, seu desempenho na pesquisa, como se poderia esperar. Nas Federais, confunde-se com servidor do CNPq, antes que do MEC.
Admito
que o problema da formação desse profissional é complexo e segundo Cleoni Maria
Barboza Fernandes pouco abordado em
pesquisas e seminários e, ainda pouco discutido no interior das instituições
universitárias.Não se resolve através de cursos de extensão de 30 ou 40 horas
sobre Ensino e Aprendizagem. No início de minhas atividades procurei
sanar essa deficiência através de textos e cursos variados sobre estratégias de
ensino-aprendizagem, psicologia da aprendizagem e técnicas pedagógicas, com
resultados razoáveis. Talvez a criação de disciplinas
formativas, na pós-graduação, como já fazem algumas Universidades, ministradas
por professores devidamente habilitados, seja a solução para o amadorismo no
Ensino Superior.