sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

MEUS PETS QUERIDOS


Certa vez conversando com o historiador Raimundo Soares de Brito, fiquei sabendo que ele não cria gatos. Sofreu muito com a morte de um bichano de sua estima e decidiu que essa dor ele não desejava repetir. Eu crio gato e cachorro. Claro que já perdi vários.  Sofri, mas continuo criando. Minha avó tinha uma razão mística para a posse de animais. Dizia que deveríamos ter sempre um animal, para o caso de alguma desgraça cair sobre a família. Segundo ela, o bicho é que pagaria o pato. Uma espécie de garantia sacrifícial. Ainda segundo ela, era para dizer cachorro, cão era o diabo. 

Como tenho dúvidas de qual gosto mais, sempre criei os dois, o que nem sempre dá certo. Dentre os vários que já tivemos, dois foram especiais. Pretuxa, uma cadela preta, companhia adorável, que teve câncer de seio, foi operada, mas a recidiva matou-a, (Não gosto de recordar esse assunto doloroso), e um gato com o estranho nome de Budura, o gato que veio do céu. Não se assustem com o nome, nem me peçam para explicar o significado, não sei, só sei que foi assim. Ele nasceu em cima da casa, foi abandonado pela mãe e despencou pelo pergolado, sendo aparado, “milagrosamente” pela minha filha Tétis. Lembro que ela me fez ir, imediatamente, comprar uma mamadeirinha para salvar o gato, e conseguiu. Fez história por aqui esse cara. Farrista, só chegava em casa pela manhã, todo arranhado e amarfanhado. Acho que se tornou meio humano, abria gaveta, guarda-roupas, geladeira, derrubava a marmita para abri-la, e por aí vai. Garanto que quando forem escritas As Aventuras de Budura, vocês vão se surpreender. Alias, antes que alguém toque no assunto, mais feio que Budura é Nyoca, e nem por isso Hollywood deixou de faturar com suas aventuras. 

A grande imprensa noticiou que um gato foi flagrado, por uma câmera escondida, roubando mais de 600 objetos da casa de moradores da cidade de San Mateo, na Califórnia. O gato chamava-se Dusty. Toalhas, luvas, sapatos, calcinhas e brinquedos estavam entre suas preferências. Duvido que esse delinqüente fosse mais inteligente que Budura. Talvez mais ladrão.

Atualmente criamos um mestiço de Pitibul, e também uma gata, cuja atividade principal é escapar do cachorro. Ela já mapeou a casa e sabe com exatidão por onde não anda o adversário. Não sei até quando resistirá.  Às vezes tem discussões acaloradas: a gata fala baixinho, num bate queixo quase inaudível, o cachorro fala alto. Já tivemos os que se davam bem, como aqueles da foto acima, mas estes não, sempre que se encontram dizem-se cobras e lagartos.   Acho que é a gata que começa o barraco. Eita gata conversadeira, falta pouco para falar de verdade. Outro dia o despertador do celular disparou com aquela voz irritante pra quem esta aposentado – São seis horas, é hora de levantar. Pois não é que a gata foi tirar satisfações com o celular! 

O cachorro, apesar do sangue ruim, é extremamente dócil e bajulador para com os das suas relações. Só é um pouquinho inamistoso com estranhos, já tendo mordido o eletricista, o encanador, o leiteiro, o cara do gás, o da água, o da pizza, e outros que me esqueci agora. Já a gata, como toda fêmea, tem aquela pose de quem-quiser-que-venha-pedir, aliada à soberba que os gatos adquiriram no Egito Antigo. Em compensação, com freqüência vem carinhosamente me atrapalhar no computador. Quer teclar também. Mas só quando ela decide que quer e Penélope, sua preferida, não esta em casa.

Dizem que a criação de animais de estimação é capaz de diminuir o nosso estresse, aumentar os níveis de serotonina, e reduzir a pressão sanguínea, bem como diminuir os níveis de colesterol. Deve ser verdade, pelo sentimento sincero de amor que nos possui nessa relação. Amor desinteressado.

O nosso cachorro se chama Scooby e a gata Nenem, e estranhamente ainda não os vi hoje, será que se mataram? Vou verificar.

4 comentários:

  1. Ahh! O que seria de nós sem os nossos pets?
    Eu estava na hora em que a gatinha foi brigar com o celular. Confirmo! Tivemos e ainda teremos outros vários, mas Pretuxa, Budura, Scooby e a Gatinha foram e certamente serão os mais memoráveis. É sempre bom ter animais em casa. Certeza de alegria e diversão. E o falado sacrifício seria apenas mais uma desculpa para tê-los sempre perto. Muito bom!

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  2. Eita dupla pra fazer sucesso. Temos que falar de Vamp também, uma das n filhas de Pretuxa, levou o nome da novela da epoca. Lembrei também de Harry, um cachorro que a gente não criava mas que vivia por lá namorando Pretuxa, nunca vou esquecer dele pq foi o único cachorro que vi pular um muro de mais de 2 metros e ainda dormir na laje que fica em cima do portão, cachorro-gato. Papai deu esse nome pra ele por conta do filme Harry, um Hóspede do Barulho. Dia desses Bruno que fazia uma visita a gente viu o nosso computador travado pedindo a senha...ele nem pesou muito e foi direto, digitou e de primeira acertou a senha, fiquei besta. A senha era pretuxa :) Todos sabiam que ela era da familia.

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  3. kkkk Me lembro de chorar muito quando Vamp morreu. Acabei fazendo o "enterro" dele no quintal (que era enorme), pois não queria que ele fosse enterrado longe. rs Também me lembro de Harry -o cachorro-gato. Hoje, queria mesmo é que Scoob e a Gatinha fossem como esses da foto, que aliás, nem me lembro o nome. Mas não dá. O esporte favorito de Scooby é mesmo tentar pegá-la, e o dela, provocar e escapar a salva.

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